@ "Ribeira de Cheires", como a autora lhe chama. Rio Pinhão, o seu nome.
Os 40 anos são uma idade terrível. É a idade em que nos tornamos naquilo que somos.
há vinte e dois anos, alcancei a maioridade. não senti nada em especial nem nada de especial aconteceu. a vida continuou, tal com era, sem mudanças ou outros percalços. e assim se manteve durante mais de duas décadas.
hoje, com quarenta, sinto-me como se, só agora, tivesse atingido essa, tão desejada, maioridade - atrasada, mas com direito a bónus: sinto-me com 18, mas com a bagagem [óbvia e, extremamente, necessária] dos 40.
sei o que quero e aprendi que o posso ter - depende, somente, de mim; sei o que sinto e aprendi que cada sentimento - bom ou mau - a mim, o devo; sei para onde vou e aprendi que, para lá chegar, preciso de ser eu, a dar o primeiro passo.
aprendi, ainda, que cada acontecimento é fruto de um estado de alma meu e, assim sendo, desisti de procurar culpados, nos que me rodeiam. aprendi a estar, permanentemente, atenta, de modo a escutar o meu corpo e o meu eu interior - verdadeiros aliados contra a doença física e psíquica.
aprendi que sou eu que construo o meu caminho e, se me deparar com uma pedra, a responsabilidade é minha: fui eu que a coloquei lá e, consequentemente, terei de ser eu, a removê-la.
aprendi que, antes de amar o outro, preciso de me amar in-con-di-ci-o-nal-men-te. aprendi a olhar-me no espelho.
aprendi - e continuo a desejar aprender.
aprendi, ainda, que cada acontecimento é fruto de um estado de alma meu e, assim sendo, desisti de procurar culpados, nos que me rodeiam. aprendi a estar, permanentemente, atenta, de modo a escutar o meu corpo e o meu eu interior - verdadeiros aliados contra a doença física e psíquica.
aprendi que sou eu que construo o meu caminho e, se me deparar com uma pedra, a responsabilidade é minha: fui eu que a coloquei lá e, consequentemente, terei de ser eu, a removê-la.
aprendi que, antes de amar o outro, preciso de me amar in-con-di-ci-o-nal-men-te. aprendi a olhar-me no espelho.
aprendi - e continuo a desejar aprender.
sinto, por isso, que alcancei a idade maior. a idade em que me sei, finalmente, livre para para ser o quero, com a sabedoria que adquiri, durante quatro longas décadas.
nestes últimos meses, já ri e já chorei. já fiz boas escolhas e já cometi alguns disparates. tudo, em consciência: a consciência daquilo que estou a fazer, a sentir, a viver... a consciência que só a bagagem dos 40, nos permite.
uma espécie de acordar. olhar à minha volta, com mais sede e ver cada pormenor, com mais nitidez.
agora, apetece-me tudo. à semelhança do que acontece aos "jovens" que completam os 18 anos, quero. e corro atrás.
tarde? não. na hora.
na hora certa.
ps. os 40 não são uma idade terrível...
muito pelo contrário:
são a melhor idade.