
o problema é esta sensação que viveremos, para sempre.
que as coisas más, só acontecem aos outros.
[vi]vemos a vida como algo adquirido.
que as coisas más, só acontecem aos outros.
[vi]vemos a vida como algo adquirido.
deixamos tudo para amanhã. amanhã, no mês que vem, para o ano...
o hoje? adormecido.
amanhã, é um novo dia.
deixemos tudo para o amanhã.
amanhã, logo se vê.
contudo, não é bem assim
[não é, de todo, assim].
de um momento para o outro, um diagnóstico muda tudo. o amanhã vai ser muito difícil, o mês que vem, pior. para o ano... o prognóstico não é o mais positivo...
e, de repente, percebemos que queremos Viver. e começamos a querer viver mais e mais depressa. queremos experimentar tudo o que sempre quisemos fazer.
queremos.
mais tempo.
mas, o tempo... escapou-se-nos entre os dedos, ao longo de todos os anos, que vivemos adormecidos. um dia após o outro. a trabalhar, a tratar da casa, da vida dos que nos rodeiam.
escapou-se-nos o tempo. a vida.
tenho alguém, perto de mim, a passar por isto. perto da minha idade, na ternura dos quarenta. uma espécie de dona de casa desesperada. vivia para o trabalho, para a família. esquecia-se dela, não tinha tempo...
[amanhã, no mês que vem, para o ano]
tem pressa.
tem vontade.
tem luz.
tem cor.
tem sede.
tem Vida.
tem uma lista de todas as coisas que quer fazer antes de morrer.
agora... não tem tempo.
e eu pergunto-me: porquê? porque é que precisamos de um diagnóstico cujo prognóstico não é o mais positivo, para acordarmos para a Vida, para nós?
tomamos a vida como garantida.
contudo, ela não o é.
por isso, vivamos o dia como se fosse o último.
o que faria, se este fosse o meu último dia?
façamos uma lista.
façamos algo diferente, a cada dia que vivamos.
façamos.
algo louco.
algo novo.
há que celebrar cada dia, cada hora, cada minuto... há que sorver a vida, a luz que nos rodeia, sentir o ar, a água, tocar na terra, mergulhar em nós.
viver cada dia, como se fosse o último.
porque... um dia, será.
3 comentários:
Querida mana, estou tão feliz por ver que voltaste ao activo :))
E que nos deixas interagir contigo :)
Sabes, penso muitas vezes no que acabaste de escrever...e vou adiando...adiando e até que um dia..já será tarde.
Beijinho
Querida Fê, já sentia falta... obrigada por estares comigo. Bjinho...
Su essa falta de tempo começou-me a preocupar há dois anos para cá. Apercebi-me que o fim estava mais próximo, a juventude tinha voado e com ela a vida. Não são precisos diagnósticos basta-nos ir sentindo a saúde desaparecer de dia para dia. Por isto tudo a reforma começou a ser uma obsessão para mim. Quem trabalha não tem tempo para viver, principalmente uma mulher. As tarefas tiram-nos o tempo para viver e eu queria poder viver antes de morrer e não sei se terei tempo. Há um dia que nos apercebemos que queremos viver e que podemos não ter tempo mas não podemos largar tudo para viver, precisamos de trabalhar para nos sustentarmos. Enfim, a vida tem muitos problemas para resolver e alguns nunca s resolveremos. Temos que a prender a viver com eles. Beijinhos
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