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quinta-feira, 4 de abril de 2013

lu[z]cidez


são raros, os meus momentos de lucidez. grande parte da minha vida é - sempre foi - um misto de sombras e ilusões, projectadas na minha mente. a luz, vinda de lá longe... tão ténue... as ilusões, as sombras tão esbatidas. sem lugar para sentimentos porque os sentidos estão... são [foram, há muito] adormecidos.

olhos
que
não
vêem
coração
que
não
sente

os dias, as horas passam e a vida... 
essa... passa com eles. 
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por vezes, muito raramente, a luz fica mais intensa. tanto, que fere. e, de repente, os olhos [olhos nos olhos da realidade] vêem com uma nitidez crua... a nuvem que, outrora envolvia a mente, desaparecida. todos os sentidos, gritam, fazendo-se ouvir.

tanta lu[z]cidez, nada usual, traz consigo uma sensação de desequilíbrio. o chão. o chão desaparece. a realidade crua, sempre crua.

e agora?

devolvam-me as ilusões, as sombras, a pouca luz. melhor viver assim. sem saber. sem querer saber. sem sentir, sem querer sentir.

[se é mesmo assim que quero viver? não. claro que não... quero viver a vida, sentir na pele, sentir, sentir, sentir...]

devolvam-me as ilusões, as sombras, a pouca luz. melhor viver assim. sem saber. sem querer saber. sem sentir, sem querer sentir.

porque sim. porque é mais fácil assim.

3 comentários:

Fê blue bird disse...

é mais fácil querida, mas não é verdadeiro.

eu sei como dói, também finjo não ver... finjo não sentir.


beijinho grande

Su disse...

Fê, dói se fores atrás, dói se não fores atrás...

a vida é complicada. ou seremos nós que a complicamos?

Brown Eyes disse...

Su é a vida não é dois mais dois, não mas, muitas vezes, somos nós que complicamos. Nada é claro e muitas vezes é o tempo que aclara os nossos desejos, o nosso querer e que torna os sonhos realidade. Beijinhos

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sob o céu oblíquo de uma água-furtada, questionando a imensidão do mundo...

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...tingem-se as paredes com a doce nicotina e ausculta-se a noite. dos lados da serra, o vento sussurra num gemido partilhado e a garganta aperta. acabou-se o álcool. a música percorre o tempo. pudesse eu viajar com ela e escutarias meus pensamentos perversos a propósito do teu corpo. os invejosos clamam aos deuses, por a ninfa me sorrir. talvez um dia eu me desforre doce amada.


vinicius de moraes


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